"Sem Música, a vida seria um erro, um abuso, um exílio." (Friedrich Nietzsche)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

O que é música?

Para alguns, a impressão que a música causa limita-se ao sensorial, afetando unicamente o corpo como prazer auditivo ou convite à dança. Nesse caso, encontra-se a maioria das pessoas, que vê na música um passatempo, uma distração. Outras pessoas sentem que a música afeta o espírito, expressando sentimentos. Para um terceiro grupo, a música é acima de tudo um exercício intelectual, em que a análise técnico-musical produz a prazer estético.

Cada umas dessas posições pessoais tem paralelismo com concepções gerais da arte que correspondem a épocas inteiras. Assim, o século XVIII, o século do iluminismo, que punha a razão acima dos outros valores, situou a música instrumental no escalão mais baixo entre as artes, como um luxo inocente e agradável, um prazer sensorial, porque a música instrumental não significava nada que pudesse ser expresso com palavras ou que servisse à reflexão.

O século XIX, o século do Romantismo, porém, ao valorizar o sentimento acima da razão, e considerando que a música influía de modo direto sobre o espírito, julgou-se superior às demais artes, precisamente por ser capaz de expressar o que está além das palavras e, portanto, da razão.

Todas as artes, dizia-se no século XIX, aspiravam os status da música. A arte do século XX adotou uma atitude estética mais preocupada com a linguagem artística em si e suas possibilidades, inclinando-se por uma posição que valoriza a música pelo o que tem de arquitetura sonora, por suas possibilidades de construção técnica e intelectual.

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